domingo, 26 de agosto de 2007

Turista em Porto Alegre

O tal "sonho americano", ou no meu caso, o "sonho europeu" de sair por aí, quem sabe dar um tempo nos estudos e viajar sem previsão de retorno, volta e meia ronda os pensamentos dos jovens.

Se o sonho não é ir para o exterior, pode ser mudar-se para a Capital, atrás das oportunidades que não se tem na cidade natal.

Esse desejo frequentemente está ligado a questões financeiras. Ir para a Austrália para trabalhar e voltar com uma bela poupança, mudar-se para os Estados Unidos e lá fazer cursos de línguas ou especialização para incrementar o currículo. Parece que esse é o jeito de compensar o montante gasto em passaporte, passagens, estadia, mensalidades dos cursos, alimentação. E cartas (sim, há quem ainda as mande), telefonemas, horas na lan house mandando as novidades para quem ficou.

Se vamos apenas por passeio, o dinheiro fica. Voltam lembranças e, muitas vezes, uma bela experiência.

E quando trata-se de alguma pessoa que, pelo contrário, vem para o Brasil, mais especificamente para nossa mui leal e valorosa Porto Alegre, pelos mesmos motivos, achamos é muito estranho.

O mesmo acontece quando o assunto é o turismo propriamente dito: conhecer os parques da cidade, visitar os museus, participar da programação cultural.

Poucas pessoas se propõem a serem Turistas de Porto Alegre em Porto Alegre. Você pode pensar: "ah! Mas eu já conheço tudo o que tem para conhecer!". Engano seu. Sempre há algo de novo por aí. Ou nem tão novo assim, mas que nem temos conhecimento.

Alguém lembra do Parque de Itapuã, reaberto em 2002, uma bela reserva natural em pleno Guaíba? Falando no rio que na verdade é um lago, você já experimentou alguma vez passear de carro pelo porto? Visitou os armazéns antigos, os clubes de remo, foi ver os barcos atracados?

O centro da cidade. Este é um capítulo à parte. A recomendação "passeie pelas ruas olhando para cima", que se faz aos turistas de cidades históricas, vale também para os porto-alegrenses que caminham apressados pela Praça da Alfândega.

E a Redenção? OK, marca registrada da cidade. Mas você já foi ver a feirinha de alimentos orgânicos no sábado pela manhã, bem cedinho?

Não importa o bairro onde se mora. As oportunidades de conhecer um pouco mais nossa cidade estão ali, sob nossos narizes. Basta incorporar o espírito de turista na própria cidade. Sai mais barato, e pode ser uma ótima experiência.

Até a próxima parada!