terça-feira, 2 de outubro de 2007

Concerto literário


Ano de vestibular. Não para mim, mas para minha irmã mais nova.
A cada semana que passa, a fatídica prova está mais perto, o conteúdo por estudar parece crescer e as leituras obrigatórias, de tão obrigatórias, chegam a ser chatas.

Aqui em casa não é diferente. Quando a menina não está em aula, está enfurnada no quarto, em meio a uma pilha gigantesca de livros, cadernos, folhas soltas, fichas de leitura...
Pra mim, essa situação toda é lucro. Volta e meia, passo a mão nos livros dela, pra dar uma (re)conferida no que andam cobrando por aí.
E depois de reler, tenho que admitir: muitos desses livros deveriam ser leitura obrigatória pra todo mundo, com ou sem vestibular.

Essa semana foi a vez de Luís Antonio de Assis Brasil parar em minhas mãos. E é sobre Concerto Campestre que vou falar.
Li pela primeira vez lá nos idos de 2001, quando o autor tinha recém lançado a obra. Ok, foi cobrança da professora de português da escola, admito. Mas quando acabei...não é que o livro é bom mesmo?

Na releitura, me deparo com felizes surpresas: as anotações em papéis soltos, os significados de palavras estranhas na época do primeiro contato, o autógrafo de Luís Antonio de Assis Brasil. Os anos passaram. O livro envelheceu, a história não. O leitor é quase obrigado a ver o que o autor via no momento em que escreveu: enquanto os olhos correm as palavras, a cena se forma, mesmo sem querer.

A narrativa é bem próxima de todos nós, pois se passa em uma das estâncias do nosso pampa querido. Tem campo, música, encantamento pelo desconhecido, romance impossível, desencontros, sofrimento... Ingredientes bombásticos para um ótimo romance! Clara Vitória, o Maestro, o Major, sua Orquestra e o boqueirão. Juntos, embalam em uma valsa a história do Concerto.

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