terça-feira, 20 de novembro de 2007

A menina que roubava vidas


Nesta semana estou viajando pela Alemanha nazista. Pelas palavras de Markus Zusak.

Em "A menina que roubava livros", a Morte (sim, ela mesma!) narra maestralmente alguns anos da vida da menina Liesel. Mais precisamente na cidade de Molching, próximo a Munique, nos anos 1939 a 1943. A ceifadora de almas e a garota se encontram algumas vezes, numa época em que esta dedicava-se à leitura em meio ao medo, enquanto aquela trabalhava arduamente nas visitas aos campos de concentração e bombardeios.

Liesel descobre a cidade acompanhada do leitor e daquela-que-ninguém-quer-encontrar. A magia da sua rua pobre, das casas que visita junto à mãe lavadeira, as fazendas nos arredores da cidade, o rio, a magia do acordeão de seu pai, a biblioteca de onde leva sorrateiramente alguns exemplares, a leitura no porão escuro ao som dos bombardeios.

O título também é uma boa oportunidade para aprender como se diz em alemão aquelas palavras que os alunos adorariam aprender, mas que os professores de línguas não gostam muito de ensinar: palavrões e xingamentos variados, que, além de serem usados como xingamentos, mesmo, também assumem o tom de apelido carinhoso. Na língua original, fazem

muito mais sentido. Relembram o leitor de onde ele está, e quem comanda a narrativa.

Um dia todos irão conhecê-la. Mas ter sua história narrada por ela é para poucos.

Tem que valer a pena.

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